Os três porquinhos (versão evangélica)

PERSONAGENS:
  • Narrador
  • Três Porquinhos – roupas bem coloridas, usando máscaras de porquinho.
  • Lobo – roupa preta ou marrom, usando máscara de lobo.
NARRADOR – Era uma vez… Três porquinhos!  Numa distante e misteriosa floresta moravam três porquinhos… Até que um dia… Não moravam mais, estavam sem casa!… Mas o que aconteceu?
(Música triste, começa alta e vai abaixando).
PEDRITO -   Não acredito que isto está acontecendo! Fomos despejados! Fomos colocados na rua e não temos onde morar! Que vergonha!  PALITO, afinal, o que você fez com o dinheiro que eu te dava todos os meses pra pagar o aluguel?
PALITO – Sabe o que é PEDRITO… é… Eu estava sempre cansado e mandava o PALHAÇO pagar o aluguel pra mim…
PEDRITO – Você pediu pro PALHAÇO, este preguiçoso? PALHAÇO, e o que você fez com o dinheiro do aluguel?
PALHAÇO – Sabe o que é … é… é… Mim punhava a grana no bolso e quando mim passava em frente a padaria e via aqueles doces, aquelas tortas deliciosas piscando pra mim e me chamando… ah, eu num güentava me segurar!…
PEDRITO – Não é “mim punhava”, é “eu punha a grana no bolso”!
PALHAÇO – PEDRITO! Ocê também? Ahá… Bem que eu “disconfiava”…
PEDRITO – Não é nada disso, eu estou só te corrigindo, você fala tudo errado!… Ah, deixa pra lá…
PALITO  e  PALHAÇO – (começam a chorar) Buááá… E agora? Que vamos fazer? Nós vamos virar meninos de rua!

PEDRITO – Vocês querem dizer porquinhos de rua, né?  Parem! Parem de chorar, eu tenho solução!
PALITO – Solução? Hiic! Quando eu tenho solução, hiiic! …eu bebo um copão de água que pára…
PEDRITO – Não estou com soluço grande, eu disse que tenho uma maneira de resolver este problema, entendeu? Dãããã!…
PALITO – Captei seu pensamento! Nós vamos entrar pro Movimento dos Sem Terra!
PALITO  PALHAÇO – Queremos terra! Queremos terra! (Marcham em volta de PEDRITO de punho erguido).
PEDRITO – Parem! Não é nada disso… Aqui está a solução! (mostra um papel enrolado).
PALHAÇO – Que isto, é um talão de cheque? Oba! Vamos pra padaria!
PEDRITO – Você só pensa em comer?
PALHAÇO – Não! Em beber “tamém”!
PALITO – Já sei, é um “telescópico” pra ver a lua! (Olha dentro do rolo) Mas pra quê? Eu não vou morar na lua!
PEDRITO – Parem de falar besteira e me escutem! Quando nossos pais morreram… Ai… não posso lembrar deles que me dá vontade de chorar…
PALHAÇO – Ô Palito, me responde uma coisa: Por que a gente nunca foi no “cimitero” visitar o “túmbalo” dos nossos pais?
PALITO – Ô “seu” bobo, eles não foram pro cemitério não, eles foram levados pro açougue… se liga, irmão!
PALHAÇO – Bué… bué… Coitadinho do papai, virou bacon…
PALITO – E a mamãe, virou pururuca!… Buááá… (Se abraçam chorando).
PEDRITO  – Vocês querem me escutar, por favor? Como eu estava dizendo, nossos pais deixaram uma terra para nós, mas temos que encontrá-la e isto aqui é o mapa.
PALITO – Oba! Vamos brincar de caça ao tesouro!
PEDRITO – Não é brincadeira não, é sério! Nós precisamos achar o lugar. Vamos!

(Música alegre – começa alta e vai abaixando –  Dão uma volta em torno do palco, gesticulando sempre, olham o mapa, apontam para um lado, pro outro…).
PALHAÇO – Ai, que “pigriça”… Ainda tem que andá muito?
PEDRITO – É aqui! Nossa terra é aqui!
PALHAÇO e PALITO – Êêê… (Brincam de roda, festejando).
PEDRITO – Agora só precisamos construir nossa casa!
PALHAÇO e PALITO  – O quê? Construir? Fala séééério!!!
PEDRITO – Até você está com preguiça, PALITO? Você pegou a preguicite do PALHAÇO?
PALHAÇO – (Sacudindo o Palito) Pegou o quê? “Pigricite”? É de “cumê”? É minha, me dá, me dá!…
PALITO – Paaara! Então vamos construir rápido nossa casa que eu quero descansar…
PALHAÇO – Eu já tô cansado só de pensar…
PALITO – Vamos construir aqui mesmo. A casa vai ser de pau, que é mais fácil…
PALHAÇO – Fácil? Fala sério! Eu vou construir é de palha, que é muito mais leve!
PEDRITO – Vocês são muito preguiçosos! A casa tem que ser forte pra agüentar qualquer coisa, tem que ser de pedra!  (PALHAÇO  e PALITO  discordam e os três discutem).
PEDRITO – Chega! Vamos parar de brigar! Cada uma constrói a sua e pronto!
PALITO – Ótima idéia! Eu vou construir minha casa de pau aqui mesmo.
PALHAÇO – Ah, não, esta terra tá dura… Vou construir minha casa de palha é aqui… Nesta areia fofinha! Eu sou muito mais “isperto”!
PEDRITO – Vocês estão é ficando doidos! Vou procurar um lugar bem firme, o alicerce de uma casa é muito importante… Achei! Que beleeeeza! ( Os outros dois se aproximam curiosos) Este chão é de pedra! Vou fazer minha casa na rocha, com um alicerce bem firme!
PALHAÇO – Ali… ali… o quê?

PEDRITO – Alicerce! É o fundamento, aquilo que segura a casa no chão!
PALITO – Você ouviu, PALHAÇO? Ele tá achando que vai passar furacão por aqui! Que palhaço! Há! Há!
PALHAÇO – (Empurrando o Pedrito) Ocê é um palhaço mesmo!… “Péra aí”, PALHAÇO sou eu!
PALHAÇO e PALITO  – Há há há! Alicerce… Que bobagem! (Saem rindo e criticando).
(Enquanto o narrador fala, os três constroem juntos, através de mímicas.
PALHAÇO – coloca palhas e amarra, termina rápido e descansa.
PALITO – finca alguns paus, põe palha no telhado e descansa . Ambos apontam e riem zombando do irmão.
PEDRITO – Cava o alicerce, enche-o de massa, põe os tijolos e o telhado. Acaba por último, bastante cansado).
NARRADOR – E assim cada um constrói sua casa. Palhaço, que é o mais preguiçoso, faz a casa de palha, é o primeiro a acabar. Palito faz sua casa de pau e também acaba rápido. Pedrito, que não é preguiçoso e é muito sábio, faz sua casa bem forte. Primeiro prepara o alicerce… Enche-o de cimento… Põe os tijolos… Põe o telhado…
PEDRITO – Puxa! Como ficou bonita e forte! Aaaaiii minhas costas… Como estou cansado… (Todos cochilam).
(Música de suspense – começa alta e vai abaixando).
LOBO – Huuuummm… Sinto cheiro de bacon! Ruá ruá ruá… Hoje terei porquinho no jantar!  Que delícia! Huuum! Esta casa é bem fraquinha, é de palha! E nem tem alicerce! Ruá ruá ruá…
PALHAÇO – Xô, lobo bobo! Na minha mansão você não entra! (tremendo de medo).
LOBO – Mansão? Ruá ruá ruá… Eu derrubo esta casa com apenas um sopro! (Toma fôlego).
PALHAÇO – Duvide-o-dó! Minha mansão é muito forte!
LOBO – (Sopra, a casa e o porquinho cai). Ruá ruá ruá…
PALHAÇO – PALITO! PALITO! Abre a porta! É o lobo! É o lobo!
LOBO – Ruá ruá ruá… Hoje terei dois convidados no jantar!  Que delícia! Ruá ruá ruá…
PALITO – Calma, calma! Ele é legal, tá convidando a gente pra jantar com ele!
PALHAÇO – Ô mané, nós somos o jantar!
LOBO – Huuum! Sinto cheiro de torresmo! Esta casa também é fraquinha, é de pau! Ruá ruá rua!… Também não tem alicerce! Ruá ruá rua!…
PALITO – Cai fora, lobo bobo! Na minha casa você não entra! (Se abraçam tremendo de medo).
LOBO – Eu derrubo esta casa com dois sopros! Um! SSSSS!  Dois! SSSSSSSSS! (O LOBO sopra, a casa e os porquinhos caem). Ruá ruá rua!…
PALHAÇO e PALITO  – Socorro! Abre a porta irmãozinho bonitinho! É o lobo! É o lobo!
PEDRITO – Que isso, é um furacão? (fala, abrindo a porta).
PALHAÇO e PALITO  – Socorro! É o lobo! É o lobo!
LOBO – Huuuummm! Sinto cheiro de pururuca!… E hoje terei três convidados no jantar!  Vocês sabem qual é o meu prato predileto?
PALHAÇO – Não, mas o meu prato predileto é de “prástico”, porque não quebra!
LOBO – Ele é um porco ou um burro? Eu estou falando é de comiiiiiiida! O meu prato predileto é feijoada! E com bastante pimenta! Huuumm, que delícia! Ruá ruá rua!…
PALITO – Ah, não Sô Lobão, não põe pimenta, não, que arde meus olhinhos!…
LOBO – Huuummm! Minha feijoada vai ter muitas orelhas…  Huuummm! E muito focinho… Huuummm! E muito rabinho! Huuummm!  (A cada parte citada, PALHAÇO e PALITO dizem “Aaaai…” e tampam as partes). 
PEDRITO – Deixem de bobagens, o lobo mau não vai pegar a gente! A minha casa é muito forte! Tem alicerce firme na rocha, esqueceram? Tá firme, ó!… (Bate o pé no chão).
LOBO-  Esta casa é um pouquinho mais forte, mas eu derrubo isto com três sopros! Ruá ruá rua!…  Um! SSSS!  Dois! SSSSSSS! Três! SSSSSSSSSSSSSSSSSSSS! (O LOBO Toma fôlego a cada sopro, mas nada acontece e começa a chorar).
LOBO – Bué! Bué! Bué!  Eu sempre pago mico nesta hora! Quando é que vão mudar o final desta história? Eu é que não vou entrar em chaminé nenhuma, porque vão é queimar meu rabo! Magoei! Sniiif! Sniiif! Ai, que fome!… Auuuuuuuuuuuuuuuuuuu… (Sai chorando e uivando)
PALHAÇO, PALITO E PEDRITO – Quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau!… (Cantando, brincam de roda e saem em trenzinho).

NARRADOR – E assim os três porquinhos moraram juntos na casa de PEDRITO, pois tinha alicerce e estava firme na rocha! E viveram felizes para sempre!
(Os personagens voltam para receber os aplausos e se inclinam. O lobo rosna para os porquinhos que saem correndo e o lobo atrás).
FAZER APLICAÇÃO COM O TEXTO:  As duas casas – MATEUS 7: 24-27.

Comentários

Postagens mais visitadas